"A arte existe para que a realidade não nos destrua." Friedrich Nietzsche



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quando o silêncio deixa de respirar


                                                                    para Maria Silva, minha amiga e fiel leitora.

Dias de reflexos de asas
de rios e harpas
de  folhas de relva, e de silêncio.

Pássaros dormentes neblinam o dia
como respingos de constelações
que se acendem e apagam
como velas nervosas.

Sussurros de árvores pálidas e secas
saem valsando pelos ventos 
e pelas folhagens onde
as palavras gorjeiam.

Um respirar de flores mudas
enfeitam janelas de dias acordados
objetos ausentes recebem
reflexos de longos azuis
esquecidos à margem dos dias.

Lírios crispados sorriem
de lembranças belas e gastas
e o bailar das presenças
achega-se com tons de infância
escrevendo estrelas.

6 comentários:

Maria disse...

Muitas vezes, o silêncio diz mais do que qualquer palavra proferida e um gesto vale mais do que qualquer frase dita.
Assim, fico com a lembrança de alguns momentos em que pude deixar que meus sentimentos falassem por mim e expressasse a ternura, o carinho, o desejo, a sinceridade.
Que o tempo não apague singelas lembranças que um dia, o destino quis fluir.Sem palavras minha querida sou eternamente grata por sua amizade de sua leitora,amiga,e incentivadora, gratidões eternas... Juro que chorei rss

Helena Castelli disse...

... que encanto que é este canto!
transborda poesia...

Beijos com carinho.

Anônimo disse...

tem haver com aquecimento global?

Karoline Serpa disse...

Acredito que isso dependa apenas de sua hermenêutica.

Rhalyne disse...

Permito-me ficar calada.
Você arrasa.
(L)

Henrique disse...

Todos são muito bons, mas este é inefável.
As imagens se dizem por si só.