Dias de reflexos de asas
de rios e harpas
de folhas de relva, e de silêncio.
Pássaros dormentes neblinam o dia
como respingos de constelações
que se acendem e apagam
como velas nervosas.
Sussurros de árvores pálidas e secas
saem valsando pelos ventos
e pelas folhagens onde
as palavras gorjeiam.
Um respirar de flores mudas
enfeitam janelas de dias acordados
objetos ausentes recebem
reflexos de longos azuis
esquecidos à margem dos dias.
Lírios crispados sorriem
de lembranças belas e gastas
e o bailar das presenças
achega-se com tons de infância
escrevendo estrelas.