"A arte existe para que a realidade não nos destrua." Friedrich Nietzsche



sábado, 23 de outubro de 2010

Fotografia


Um fosco disforme
recordações que se acendem
objetos ausentes que se movem
entre rostos desfolhados
empalidecidos pela simetria das horas
lembranças emolduradas
ressequidas pelo cansaço do tempo
tempo crispado pelas gotas  do sal
que se escoam pela madeira negra
em silêncio
pedaços de papéis quebrados
esquecidos
nas esquinas do tempo
dos laços malfeitos
e desfeitos
abrandados pelo calor das cinzas
de lenhos nervosos e gastos
e frios
em razão das fatias de neve que se escondem
pelas madrugadas vazias
e todas
inquietantes como areias movediças
que se instauram na superfície da alma
remoendo paisagens esquecidas
destacadas pela umidade dos dias
que se impregnam na matéria
e se tornam sangue.

8 comentários:

Maria disse...

Magnitude...

Kleves Gomes disse...

Não sei o que dizer, principalmente depois de sua belas palavras no meu blog. Obrigado e parabéns.

Anônimo disse...

LINDAS PALAVRAS... BEIJOS AMORE!!!!

Cynthia Carolina disse...

AFF, FIQUEI COMO ANÔNIMA? AI MEU DEUS!!! Foi a hora kkkkkkkk

Antônio Dias disse...

E se tornam sangue... É, elas são inevitáveis.

Parabéns, Karoline!

Você sabe ser profunda, sabe ir além. E irá.

Rhalyne disse...

Você me mata de orgulho!

suêny disse...

"lembranças emolduradas
ressequidas pelo cansaço do tempo".
Lindoo Karol!
Continue escrevendo assim: Divinamente!

Júnior Matos disse...

"inquietantes como areias movediças"
Assim é que você nos deixa!!!
Parabéns,
Adorei,
Bjussssss.