Para Virgínia Cellestte
Pelas frestas do sobrado empoeirado
Noctâmbulas palavras gritam surdamente
Na suntuosa morada das traças.
Recônditos solilóquios permeiam o eco sutil
de contos e cantos esquecidos da esquálida memória
dos transeuntes ruidosos de um recanto inabitado.
Sombras rondam o nobre intelecto preso
às estalactites de um discurso trepido
no mistério mórfico da inspiração.
Passos apressados recolhem-se num silêncio de morte
Buscando no cáustico escuro de um vão
Excelsos versos em papéis timbrados.
Estrondoso ruído rompe a atmosfera adormecida.
É dia.
E já não há mais silêncio.
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