"A arte existe para que a realidade não nos destrua." Friedrich Nietzsche



sexta-feira, 9 de abril de 2010

Casa Inabitada

                                                               Para Virgínia Cellestte


Pelas frestas do sobrado empoeirado
Noctâmbulas palavras gritam surdamente
Na suntuosa morada das traças.
Recônditos solilóquios permeiam o eco sutil
de contos e cantos esquecidos da esquálida memória
dos transeuntes ruidosos de um recanto inabitado.
Sombras rondam o nobre intelecto preso
às estalactites de um discurso trepido
no mistério mórfico da inspiração.
Passos apressados recolhem-se num silêncio de morte
Buscando no cáustico escuro de um vão
Excelsos versos em papéis timbrados.

Estrondoso ruído rompe a atmosfera adormecida.
É dia.
E já não há mais silêncio.

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