Tradução: Menina sem pai
“(...) porque metade de mim é a lembrança do que fui /a outra metade não
sei”. O. Montenegro
O tempo é frágil
como
as asas de um anjo.
Em
instantes, talvez, não sei.
Milênios,
metáforas
pairam,
de repente, confundidos
numa
linha tênue onde
o
obscuro cintila e escorre
por
entre nervos
à
flor da pele.
Tua
inexistência grita comigo,
surra-me,
fere-me, arde-me.
Tenho
êxtase de ti.
De
mim sou toda ecos.
Tenho
apenas saudade
e
algumas migalhas
de
tempo.
De
ti sou toda mar
de
estranho amor.