Para F. Ramos
Teu riso é uma canção em sol maior.
Alegre despertar de flores mudas
em dias de cinza.
Translúcido e compassado
teu riso é decorado de aromas e bordados.
Jacintos e acácias
pequenos
copos-de-leite cintilam à margem
dos dias
a espera humilde dos perfumes
sorrisos.
Teu olhar é um palácio de candura e mansidão
tem estrelas e cintila
assim como a canção.
Ondas e mar se despetalam brandos
em gestos simples,
e se curvam gratos
na breve curva do teu olhar
cuja textura e maciez
acariciam-lhes as margens solitárias
de pupila em pupila estrelas se desfazem
como num concerto de pálpebras
desertas
desertas e mudas.
É que teu olhar turva a maestria das estrelas.
Tua presença é como brisa de outono
branda, silente, morna
tal qual um querubim
quando respira
silente em jardins distantes
seus arcos são resquícios pálidos
de estranha civilização
de pássaros
e suas mãos, como nuvens e asas
todas pandas.
2 comentários:
Parece um sopro...
Suavíssimo, parace lhe descrever, Karoline
Bjo com carinho
Delicada descrição.
Tal beleza tão sublime é vista pelos olhos que amam.
Olhos que amam com suavidade
Beijos Karoline
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