“Na insuficiência metafórica, a eminência poética traduz teus silêncios”.
À margem de uma espera
anêmonas acácias
lírios e carvalhos
flutuam em júbilo por sobre
nuvens, pássaros disformes
no azul invisível
de uma estrela que pousa
estala e irrompe
na alma de uma lágrima.
Perfumes místicos traduzem
o orvalho sagrado que apascenta
e descansa
na seda dos olhos
um cântico de rosas gerânios
matizes de cores mudas
enfeitam a paisagem celeste
em sublimes bordados
onde dedos traduzem estrelas
Ecos silentes trasladam
em êxtase
um discurso de faces.
Sublimadas córneas
fotografam silêncios
para fixar o instante.
Um (re)encontro de pétalas
anuncia a estação das cores
flores se rejubilam em pássaros
gritinhos afobados desforram pueris
os semblantes do céu
que sorriem
como crianças em dias de brinquedos.
Perfumes e magnólias contemplam
estarrecidos
as litanias
do silêncio.